terça-feira, 20 de maio de 2008

PARECE QUE...

Lá fui buscar o meu computador e deixei por troca, desta vez, cerca de 80 euros, a juntar aos 108 primeiros, para trazer para casa um aparelho com o interior renovado, ao contrário da Lili Caneças e outras damas (não sei se de ouros, paus, copas ou espadas, nem sei se fazem parte de algum baralho de cartas) que se dispõem a plásticas externas vips. Apenas brinco, que não me incomoda nada que as façam, e até lhes admiro a coragem, pois deve doer na pele que se farta, e na bolsa, claro. Um peso a provocar o desequilíbrio do corpo, se a bolsa não estiver colocada em lugar acondicionado. Um desaire, para além das rugas, pois que se há desequilíbrio, será necessária nova operação. O meu computador levou um disco rígido novo, que o outro estava estragado nalgumas partes, se assim posso dizer, que não entendo quase nada desta linguagem. Enfim, parece que nestas máquinas os órgãos se concentram todos numa lua cheia (que eles, pelos vistos, e apesar de encarcerados, também gostam de sonatas ao luar), e já que é rígido, espero que dure pelo menos os dois anos de garantia que lhe concedem.
Assim sendo, voltei ao meu teclado, ao meu ecrã, aos meus endereços de mail, às minhas bokmarks (que "pesquei" uma a uma e coloquei do lado esquerdo em fila de meninos bem comportados) e aqui fico à espera das fotografias para a palavra "Gesto" que ainda não me chegaram para o Fotodicionário.
Fiquem bem. Eu fico razoavelmente, porque não tenho nenhuma lua cheia dentro de mim e os meus órgãos estão presos a lugares pré-determinados, o que às vezes pode ser um inconveniente, pois podem fartar-se da companhia uns dos outros e desatar a rabujar por tudo e por nada. Ou até mesmo sentir muito mais a falta de um deles quando os mais próximos deixam de funcionar ou lhes cortam parte. É que pode ser precisamente a parte mais importante, não acham?
M

10 comentários:

Maria Laura disse...

Eu já tinha lido isto lá no PPP, assim como o texto anterior. Quando te aborreces, a tua veia humorística vem ao de cima. Ainda bem! Mas agora que já tens o PC com os orgãos todos, esperamos mais textos (divertidos ou não, claro.)

Manuel Veiga disse...

foi necessaria a doença do pc (personal computer, porque a doença dos outros PCs é o Sócrates!) para te ouvir "rabujar".

e adorei...

Justine disse...

M, "alelua", estás de volta, e a fazer "das tripas coração", como mulher forte que és!!
E quando vais mudar o cinzento-aborrecimento do fundo e substituí-lo por uma cor mais primavera-esperança??
Beijo

Justine disse...

Encantador, o teu percurso pelos meandros da criatividade(no texto do jogodas12palavras). Pegas-nos pela mãe, e aí vamos nós,fascinados, até à última palavra. Muito bom, M. :))

Um abraço

Alberto Oliveira disse...

... é pois. Embora o nosso corpo não tenha disco rígido, memória-ram e outras barbaridades idênticas, sente a atracção por este outro corpo como se de um corpo igual se tratasse e dele não pudesse prescindir. Folgo que o teu corpo-máquina -onde leio as tuas judiciosas reflexões caseiras, depois da ida ao ´"médico" se sinta melhor e pronto a ser o teu porta-voz aqui pela blogosfera para além dos dois anos de garantia.

Tem um óptimo fim de semana!

Klatuu o embuçado disse...

Acho que te deram a banhada.

jawaa disse...

Concordo com o Klatuu... mais uns pozinhos e compravas um novo... era outro «gesto»!
Queria dizer-te, Manuela que adorei ler-te por aqui descontraída, e muitíssimo no texto do Eremitério que só hoje tive oportunidade de ler.
Aquele abraço de sempre.

M. disse...

Klatuu e Jawaa:

Pois, terão razão, terão, mas qual a alternativa quando se é ignorante nestas matérias e nos falta quem percebia do assunto?

Sofia disse...

Também adorei este registo, M. :)

Em relação ao que nos falta, quero continuar a acreditar que tanto as respostas, como quem as tinha e nos falta, estão sempre dentro de nós.

Antes 80 que 800.
E ainda que 800, seriam muito bem aplicados, se fossem necessários ao seu regresso.

Anónimo disse...

constato duas coisas: tás muito faladora e adicta da net :DDD
um dia destes já só escreves em inglês ahahahahah

o problema das grandes "conversas" é que há muito coisa a assinalar e dps perco o fio à meada pq n posso interromper-te
guardo o fim "Eu fico razoavelmente, porque não tenho nenhuma lua cheia dentro de mim e os meus órgãos estão presos a lugares pré-determinados, o que às vezes pode ser um inconveniente, pois podem fartar-se da companhia uns dos outros e desatar a rabujar por tudo e por nada. Ou até mesmo sentir muito mais a falta de um deles quando os mais próximos deixam de funcionar ou lhes cortam parte. É que pode ser precisamente a parte mais importante, não acham?" ACHO e acho que escreves cada vez melhor