sábado, 21 de fevereiro de 2009

92.


Foto de M

Quando a vi de longe reparei que brincava com o chapéu-de-chuva, aquele gesto vulgar que todos temos de rodar qualquer coisa na mão enquanto o pensamento voa distraído no tempo dos dias. Faria talvez a fantasia de que o sol tinha pousado ali, quase a tocar-lhe o ombro, e que era preciso ensaiar uma dança de domingo a dois. Não admira, o coreto do jardim está por perto, uns metros para cá do canteiro. Não, os músicos não estavam lá, mas isso que importa quando os ouvidos guardam dentro da memória a música de outros domingos?
M

19 comentários:

Anónimo disse...

guarda-chuva tá bem? :D ou sombrinha, é isso sombrinha, será que já não se usa essa palavra?


pois é já ouvi dizer q gostas de ver a banda tocar :DDDDD

M. disse...

Mónica:
Usei intencionalmente a palavra "chapéu-de-chuva" e não "sombrinha" que, segundo julgo saber, resguarda apenas do sol. Precisamente em contraste com a imagem seguinte de um sol pousado no ombro de alguém, contrapondo-se à eventual tristeza dos dias, como esperança de algo de bom que se sobrepõe, nem que seja apenas imaginado num banco de jardim. Quanto à banda, por acaso em tempos idos vi uma banda de jazz a tocar aqui neste mesmo jardim, o Jardim da Estrela em Lisboa.

Anónimo disse...

mas na fotografia está um dia de sol

mena maya disse...

Muito bela esta tua associação!

Um beijinho

Ana Echabe disse...

M.
Adorei esta foto, adoro fotos que me fazem sentir parte da cena como se eu fosse a terceira imagem, para um outro espectador, e outro ...
O sol que refleti cria desenhos no tapete verde, em que os pés descansam as lembranças das danças, envolvidas por melodias que transportam SAUDADES de momentos vividos por dois, lembranças um.
Lindo este jardim
Abraços e bjs

bettips disse...

Tanto verde-esperança-brilho.
Tanta dança de passos imaginários
nesse jardim de que eu tanto gosto!

Justine disse...

Que magnifico espectáculo, a tua imaginação a cavalgar desenfreada por essa foto fora! E eu a seguir-te, encantada:))

Licínia Quitério disse...

Para que, rodando o guarda-chuva, se faça sol e música e dança. Tudo é possível no olhar forrado de memórias.

M. disse...

ADiniz:
Obrigada pelas palavras que me deixou. Nem sempre publico os comentários de imediato, por falta de tempo. Tentei deixar comentário no seu blog mas não consigo.
Abraço

Ana Echabe disse...

Querida M!
Obrigada por sua atenção.Verifique meu blog e não encontrei qual razão que lhe impossibilitou de enviar-me noticias, mas deixo-lhe a vontade para tentar escrever,novamente, caso haja interesse.
Grata por tua gentileza.
Abraços acompanhado de um longo e afetuoso sorriso!

jawaa disse...

Belo instantâneo.
Bjinho

Manuel Veiga disse...

encenadora de memórias. e músicas. e de gestos delicados...

beijos

tolilo disse...

Beijinhoi tia M. !


(do Tolilinho)


Chuac!_

Teresa David disse...

Sem dúvida que a música é algo que pode ser interior e preencher-nos de tal forma que estravaza para fora em gestos inconscientes como o rodar do chapeu de chuva.
Mais um dos teus belos textos.
Bjs
TD

bettips disse...

Do "outro lado" é Paris, Parque Bagatelle, em Março 01... Delicioso. Oferta da casa!
Bjinho

Fá menor disse...

Agradável!... bom estar ao sol com guarda chuva.

Anónimo disse...

Acho tão bonito! Ver os bancos do jardim da avenida, enquanto passo, salpicados de gente que saboreia o sol. Que delícia este teu pedacinho: "Não, os músicos não estavam lá, mas isso que importa quando os ouvidos guardam dentro da memória a música de outros domingos?"

Vim agradecer o comentário no blog do Nuno e da Helena, e, olha, perdi-me a apanhar este solinho!

Boa semana

audrey disse...

que é feito de ti. M ????

bjnhs..............

vida de vidro disse...

Pronto, eu danço com as tuas palavras. E com a música que me perdura nos ouvidos. **