quinta-feira, 16 de abril de 2015

214.


Foto de M

Gosto de cadeiras. Encontro nelas personalidade e comportamentos de gente. Simples ou não, umas mais espartanas do que outras, mais arrebique menos arrebique, com estofo ou sem ele, não resisto a fotografá-las. Reparei nesta. Lembrou-me meninos que se recostam seja onde for, de qualquer maneira, a descansar das brincadeiras, algumas vezes apenas por curiosidade em descobrir de que forma sentem no corpo cada bocadinho do chão onde se deitam. Alguém diligente a colocara ali como cancela improvisada num espaço ao ar livre onde decorria uma festa de crianças. Achei-lhe graça, mas estranhei que a nenhuma tenha passado pela cabeça desafiar aquela vedação frágil, saltando-lhe por cima ou retirando-a dali. Talvez se tenham reconhecido nela pensando que, cansada de brincar, tinha adormecido no degrau. 
M

quinta-feira, 9 de abril de 2015

213.


Foto de M

Imagina, imagina, imagina sempre. Faz como as crianças que vão crescendo num mundo muito seu de realidade- -fantasia, ou de fantasia-realidade, vá-se lá saber onde começa uma e acaba a outra. E querem tanto ser crescidas. A vontade de imitar os “grandes” é-lhes inerente e, talvez porque pressentem nesses seus heróis a existência de uma convivência natural entre realidade e fantasia, não se sentem ameaçadas. Hum!... Pois, mas em tamanho grande a qualidade, o peso e a percentagem de cada um destes dois ingredientes com sabor humano serão outros. E há prazos de validade a ter em conta, mais as balanças, de tempos a tempos aparece alguém a aferi-las, o que poderá causar alguns transtornos no que se considera ou não como certo em questões de dinâmicas vivenciais.
Imagina, imagina, imagina. Não te canses de imaginar. Para não sofreres de claustrofobia mental.
Está bem, eu digo o que vejo neste pequeno quadro: um passeio à beira-mar durante a maré baixa.
M