terça-feira, 5 de novembro de 2024

As dimensões da solidão

 

Foto de M

Serão certas solidões o resultado da dificuldade (ou incapacidade?) de aproximação entre dimensões, sejam elas quais forem? Incluídas nelas também as nossas próprias dimensões humanas, íntimas, visíveis, sociais? Seremos as sombras de nós mesmos? Serão elas que nos impõem os limites da convivência? Não sei e gostava de saber.

M

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

A beleza das coisas

 

Foto de A

Há quem olhe para o céu em fim de tarde e descubra um Pássaro Nuvem, como lhe chamou quem o fotografou.

M

Onde pousar o olhar?


Foto de M

O melhor é deixá-lo ir para onde lhe apetecer.

M

domingo, 25 de agosto de 2024

Não importa o tamanho nem o lugar

Foto de F 

Não importa o tamanho nem o lugar onde está este pequeno cabaz com fruta. É apenas um íman que há anos permanece agarrado ao meu frigorífico e ali continua leve e fresco, como se tivesse sido acabado de preparar para um piquenique ao ar livre.  O que importa é que me trouxe à ideia o quadro de Claude Monet Le Déjeuner sur l´herbe e a toalha branca pousada no chão. Vá-se lá saber as viagens que o nosso pensamento faz! E as repete, porque há muitos anos visitei o Musée d´Orsay em Paris e vi-o lá.

M

Link com informações importantes sobre o quadro:

https://fr.wikipedia.org/wiki/Le_D%C3%A9jeuner_sur_l%27herbe_(Monet)

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Le temps des cerises

Fotos de M

Não me incomoda a presença deste rato a morar desde 2015 numa prateleira da minha estante. Nenhum de nós corre qualquer perigo ou incomoda os vizinhos. Ele não guincha, eu também não. Está estampado na parede lateral da caixa de bolachas que me foi oferecida por uns meninos de visita à Disneyland Paris. Permanece silenciosamente indeciso, acho eu, sem saber que destino dar às cerejas que terá possivelmente encontrado nalguma cozinha francesa. Elas e o ratito são praticamente do mesmo tamanho. Pois eu sempre soube o que fazer com os pezinhos de cerejas gémeas que apareciam na mesa à sobremesa, brilhantes e frescas, algumas escorrendo ainda gotas de água: pendurava-os nas minhas orelhas a imitar os brincos que não usava. Nesse meu tempo de menina não sabia quem era Yves Montand, só mais tarde me chamou a atenção (impossível passar despercebido…), reencontrei-o agora na minha caixinha de memórias a cantar Le temps des cerises. Não me lembrava da letra completa, reli-a e revi-me na frase Des pendants d´oreilles com um sorriso de orelha a orelha. Sem brincos.

M

Le temps des cerises

Quand nous chanterons le temps des cerises
Et gai rossignol et merle moqueur
Seront tous en fête
Les belles auront la folie en tête
Et les amoureux du soleil au cœur
Quand nous chanterons le temps des cerises
Sifflera bien mieux le merle moqueur

Mais il est bien court le temps des cerises
Où l'on s'en va deux cueillir en rêvant
Des pendants d'oreilles
Cerises d'amour aux robes pareilles
Tombant sous la feuille en gouttes de sang
Mais il est bien court le temps des cerises
Pendants de corail qu'on cueille en rêvant

Quand vous en serez au temps des cerises
Si vous avez peur des chagrins d'amour
Évitez les belles
Moi qui ne crains pas les peines cruelles
Je ne vivrai point sans souffrir un jour
Quand vous en serez au temps des cerises
Vous aurez aussi des peines d'amour

J'aimerai toujours le temps des cerises
C'est de ce temps-là que je garde au cœur
Une plaie ouverte
Et Dame Fortune, en m'étant offerte
Ne pourra jamais fermer ma douleur
J'aimerai toujours le temps des cerises
Et le souvenir que je garde au cœur

Letra de Jean Baptiste Clément escrita em 1866 e música composta por Antoine Renard em 1868.