sexta-feira, 30 de novembro de 2007

22.






















Foto de M

Uma pequena estrela pousada neste mundo redondo em que os homens esqueceram o seu tamanho de meninos.
M

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

21.






















Foto de M


A dor mental é uma flor de silêncios na transparência do vazio.
M

29 de Novembro de 2007

20.

Foto de M

Os amigos de sempre são flores brancas pousadas na minha vida.
M

25 de Novembro de 2007

19.

Foto de M

Entre nós e os outros, o biombo da vida que a cada um pertence.
M

25 de Novembro de 2007

18.

Foto de M

Perdido o gesto, repousa a mão na pedra fria.
M

Novembro de 2007

17. Afectos


Foto de M

Intemporal

16.

Foto de M

E porque não a liberdade de nos permitirmos um olhar desfocado sobre nós mesmos para melhor descobrirmos a nitidez possível dos dias?
M

22 de Novembro de 2007

15.




















Foto de M

Estrias de sombras outonais marcadas nas margens dos caminhos do silêncio onde flutua o gesto de procurar a luz nos dias desbotados. Esquecido do seu próprio corpo. Como se nunca lhe tivesse pertencido.
M

2 de Novembro de 2007

14.

Foto de M

Lado a lado com os passos lentos das manhãs, passeio os meus pensamentos nos parques da cidade. E quando o vento sopra nos dias calados e nele se emaranham, ficam as marcas dos seus arranhões na pele azul do mundo.
M

28 de Outubro de 2007

13.

Foto de M

No desencontro entre a vida e a morte, colam-se as palavras ao silêncio que se não diz.
M

12 de Outubro de 2007

12.

Foto de M

No recanto de um dia, entre a luz e a sombra, resguarda-se a cor, receosa de se esvair para sempre sobre o rasto abrasador das horas magoadas.
M


2 de Outubro de 2007

11.























Foto de M


Um aceno na distância do silêncio.
M

15 de Setembro de 2007

10.


Foto de M

Como que um sonho suspenso, delicado, quase intocável. Assim o vejo. Assim me comove. Paciente. À espera do gesto distraído das minhas mãos vazias, um leve toque sobre o interruptor que lhe devolverá a luz. E então as suas formas revelar-se-ão translúcidas, e abrir-se-ão sobre mim, douradas, observando-me, protegendo-me lá do alto com o seu silêncio luminoso. Um pequeno sinal de vida sobre os meus passos absortos no negrume da sala.
M

15 de Setembro de 2007

9.


Foto de M

Gosto do olhar atento das flores que nos espreitam por detrás das vedações e nos seguem até à curva do caminho, tão simples e tão belas na sua quietude.
M

9 de Setembro de 2007

8.

Foto de M

O mundo a seus pés…

E afinal nenhum de nós tem consciência, suponho, do que foi tocar pela primeira vez as cores do mundo com os pés pequeninos do nosso crescer humano.
Mas não importa o esquecimento, terá sido certamente um maravilhoso entrelaçar do corpo com a vida.
M

9 de Setembro de 2007

7.


Foto de M

Às vezes apetece segurar as palavras dos outros. Por causa do diálogo de pensamentos − que se deseja acompanhado de um copo no calor da tarde −, não aconteça cansarmo-nos de nos pensarmos apenas a nós mesmos.
M

9 de Setembro de 2007

6.


Foto de M

Desenhamos imagens a cor sépia quando as queremos resguardadas nos álbuns da lembrança. E afinal nada mais somos do que um esboço de vida no desejo ilusório de imortalidade.
M

6 de Setembro de 2007

5.


Foto de M


Flores: ramos de afectos pousados no caminho de quem passa. Como beijos calados. Como abraços oferecidos com as cores dos silêncios.
M

5 de Setembro de 2007


4.


Foto de M

Uno-me a este silêncio branco que esvoaça nos bicos dos pássaros como migalhas arrancadas às pedras dos caminhos onde não poisam passos.
M

4 de Setembro de 2007

3.

















Foto de M

Paredes brancas ao canto da rua, sombras de silêncio tocando a luz do momento. Paisagem traçada nas cores da fantasia. Ali se senta a sede que escorre nos dias empilhados de solidões. Mesas sem migalhas onde não poisam pássaros de bicos abertos. O amplo abraço de um chapéu-de-sol sobre o nada que podia ser tudo: um pouco de consolo à beira do caminho.
M

17 de Agosto de 2007

2.
















Foto de M

Foi difícil retê-los na minha máquina fotográfica: passavam em bando diante dos meus olhos. Para lá, para cá, outra vez para lá, de novo para cá, no rasto do tempo que se gasta… Quase um jogo de esconde-esconde. Quase um riso imaginado. Pássaros-meninos desafiando-‑me? Duvido que dessem por mim na meia-luz da janela. Eu vivia o meu silêncio, eles piavam, batendo as asas negras num voo de pressas. Talvez procurassem o anoitecer, um adeus a mais um dia abandonado à beira-mar. Entre algas e conchas. E rendas de espuma em lençóis de areia. E rochas escorregadias cobertas de mantas verdes tocadas por pezinhos de crianças. O mundo a seus pés, a alegria dentro dos seus corações. Meninos-pássaros.
Mas para quê, diante da minha janela, aquele corrupio em busca do entardecer? Não tem o sol o seu ritmo muito próprio de se esbater no mar da vida arrastando com ele o nosso olhar temporariamente forrado de dourado?
M

15 de Agosto de 2007

1.






















Foto de M


Flores pousadas no silêncio dos homens são palavras que perduram para além da morte.
M

14 de Julho de 2007