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quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
45.
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Belas as linhas que se cruzam e se desencontram nesse espaço de sombras e luz, imaginados os corpos em movimento de escadas e passos dançando como sombras chinesas. Procurando-se ou ignorando-se nesta realidade‑fantasia que é viver, e onde por vezes nos sentamos com o tempo de estar ou de ser. Ou com ambos os tempos. Connosco ou com os outros. Calando ou não a nossa voz, segurando o pensamento na palma da mão levemente encostada ao rosto, perdido o olhar no olhar alheado de alguém. Outras vezes pegando ao colo na mágoa que sangra por dentro e nos suga as entranhas sem que sejamos capazes de a estancar. Ou então − sublime desejo − vestindo uma túnica delicada de estátua grega, sentir unicamente o gosto pela beleza despojada da vida.
M
44.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
43.
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Foto de M
E há a mão que escreve o pensamento na distância da saudade, contidas as palavras dentro dos limites da fotografia, a pose emoldurando o rosto e o sorriso por medida. Do resto, da brancura interna dos afectos ansiosos por se oferecerem ninguém saberá. A mão fechada sobre o regaço de rendas dir-nos-ia talvez desses segredos, pudesse ela abrir-se livremente e mostrar o que guardara anteriormente ao pousá-la sobre o peito. Não de qualquer maneira, não, mas naquele lugar tão especial onde o coração costuma estar. Mas não pode, que o fotógrafo quis que se mantivesse imóvel. As letras, escassas, apareceram depois, à revelia, desenhadas na margem que sobrou da arte de reter o momento. E outras palavras poderiam ter existido sobre a moldura, não fosse a contenção de sentimentos imposta pelo artista dos gestos mudos. Mas, se pensarmos bem, nada disso importará, pois a pessoa a quem elas são dirigidas tem o privilégio de lhes adivinhar a plenitude.
M
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
42.
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As mãos, esse doce prolongamento dos corações. O afecto tornado gesto, forrando de seda a concha das mãos, a mais pequenina dentro da outra, procurando-se ambas na pureza do silêncio que se toca. Os sorrisos e os olhares que se penetram na cor profunda do mar e dos jardins, e assim se dizem no mistério do entendimento mútuo. Os corações esquecendo o mundo dos limites, absolutos os dois, extravasando de ternura, aconchegando-se no prazer do encontro. A alegria no colo da vida.
M