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Fotos de M
Estava
ali, junto do lagar de azeite da aldeia que conheço desde menina: uma espécie de tríptico num silêncio de abandono que me pareceu de
há muito.
Reparei
primeiro no casaco pendurado no prego, a parede branca, a porta
vermelha fechada. Aproximei-me, como se precisasse de descobrir-lhe a
alma dentro do forro. Ao lado, o chapéu de chuva prendeu-me a
atenção. Desviei o
olhar, emocionada. Porquê? Há quanto tempo naquele lugar de
solidão? Só depois vi a garrafa. Quase encostada ao murete, metade cheia,
metade vazia, a tampa calando-lhe a medida. Que líquido? Vinho? De
quem? Para quem? Porquê este desamparo sem nome?
Não muito distante, a curva do caminho de terra batida.
Terrível este mistério de presença que me tocou naquele dia de verão. Quem seria? Quem foi? Quem é ainda?
Terrível este mistério de presença que me tocou naquele dia de verão. Quem seria? Quem foi? Quem é ainda?
M