Do que vejo e me impressiona nas ruas por onde passo. Feridas na pele de um corpo marcado por privações, o abandono escancarado, um aceno deixado ao relento, delicado e branco como a dor pode ser. Quem? Porquê? Quando?
Lembrei-me deles quando ali passei. Imaginei-os diante deste recanto de luz e sombras, sentados em banquinhos desdobráveis de lona parda, a caixa das tintas pousada no chão, a tela no cavalete enriquecida aos poucos com as pinceladas reveladoras da forma particular como olhavam o mundo. Era um dia de maio e eu passeava pela aldeia respirando a pureza que ela me oferecia.