À coca, assim parece estar esta criatura feia no alto da Igreja Matriz de Alvito. Aparentemente será uma gárgula empoleirada entre pedras gastas, envelhecidas, e simulacros de flores airosas nascidas de sementes pousadas por pássaros viajantes. Quase em posição fetal, talvez assustada com o risco de ser dali empurrada até ao chão pelo cansaço do Tempo. Não sei, mas uma certeza tenho: se fosse eu que estivesse à coca de algo, assim me enrolaria em mim mesma a morder os dedos das mãos até ganhar coragem para ir ao encontro da minha curiosidade. E escolheria um posto de observação mais recatado.
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