sábado, 28 de junho de 2025

Afectos

Foto de M

Gosto dos abraços tímidos do mar.

M

terça-feira, 10 de junho de 2025

Plantas das dunas. Impossível não reparar nelas

Fotos de M

Tirei estas duas fotografias num dia de verão passado há muitos anos numa das praias da Costa da Caparica. No link abaixo descobrirão muitas coisas interessantes ensinadas por quem sabe de plantas das dunas. Entre elas, precisamente o lírio-das-areias e o cardo-marítimo. E, coincidência das coincidências, até lá encontramos um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen e outro de Federico Garcia Lorca sobre o lírio-das-areias. E não só na Literatura, há mais referências à sua presença na Arte: «(...) Esta planta, com flores brancas tão elegantes, inspirou artistas de diferentes áreas. Alguns retrataram a sua beleza em muitas ilustrações e pinturas (…)»

https://wilder.pt/diversoes/seis-plantas-das-dunas-faceis-de-encontrar 

«“A minha esperança mora

No vento e nas sereias

É o azul fantástico da aurora

E o lírio das areias.”

Sophia de Mello Breyner Andresen, in “Dia do Mar”»

 

«E Federico García Lorca, no seu poema “Cacida da Mão Impossível”, escreve:

(…) “Seria um lírio pálido de cal,

uma pomba atada ao meu coração,

 o guarda que na noite do meu trânsito

de todo vetaria o acesso à lua.” (…)

Tradução de Óscar Mendes, Federico García Lorca, in ‘Divã do Tamarit’»

 M

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Figos e não só

Foto de M 

Entre as várias frutas de que gosto estão presentes os figos e trazem-me boas memórias. Com esta fotografia recordo a estadia de alguns dias em São Pedro do Sul mais as figueiras numa outra aldeia onde passava férias de verão. E saboreio mentalmente o doce maravilhoso que a minha Mãe fazia com figos inteiros. Ficava tão apetitoso dentro da transparência do frasco de vidro de boca larga até ser pouco a pouco comido pela gulodice da família! Felizmente a beleza e o sabor das pequenas-grandes coisas da vida não se desfazem na memória, alimentam-na.

domingo, 1 de junho de 2025

Deixei a gárgula no seu lugar de séculos e...




Fotos de M

Deixei a gárgula no seu lugar de séculos e acompanhei o funcionário do Posto de Turismo de Alvito na visita à Igreja Matriz. É uma igreja arquitetonicamente imponente e elegante, mas, para mim, de certo modo pesada pela profusão de azulejos. Prefiro ambientes mais leves, como aliás mostram algumas paredes com frescos encontrados por baixo de azulejos levantados por exigência de conservação. Foram deixados a descoberto, felizmente, são tão bonitos. Julgo que é na simplicidade que o sagrado se revela. Confesso que não aprecio as habituais capelinhas laterais trabalhadas, com os santos nos seus nichos, que encontramos nas igrejas antigas. Terão muito valor como obras de arte, sem dúvida, mas as suas presenças pesadas sem expressão humana desagradam-me. Não me identifico com elas nem com as suas supostas santidades relatadas na História. Sendo este um lugar de oração para crentes ou apenas de reflexão para outros, não me imagino a pedir-lhes auxílio, estivesse eu em que aflição julgada intransponível.  Apreciei em particular a leveza dos frescos semi-recuperados, o diálogo silencioso entre luz e sombras, os bancos de madeira escura, as pedras dos arcos, da pia de água benta, do púlpito. Gosto de púlpitos, gosto daquelas curvas que geralmente existem nas escadas em todos eles. Imagino o passo lento do celebrante até ao cimo, com o pensamento na escolha da palavra desejada responsável e de esperança, ajustada aos tempos do mundo de cada assembleia. Quem dera tivesse sido sempre assim. Ou seja.

M

https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Paroquial_de_Alvito