sábado, 12 de julho de 2025

Proximidade

Foto de M 

terça-feira, 8 de julho de 2025

Jogo de damas


Fotos de M (as duas primeiras) 

A terceira, retirada do link em baixo

Uma caixa de jogo de damas com 24 peças que se desdobra em tabuleiro depois de aberta. Um objecto antigo que desconheço a quem pertenceu na família mas terá entretido muitas gerações. Provavelmente não será muito fora da época do quadro de Abel Manta pintado em 1927, adquirido pelo Estado em 1930 e podendo ser actualmente visto no Museu do Chiado. Acho o quadro muito bonito e interessantes as coincidências desconhecidas dentro de cada época. A leitura do link abaixo acrescenta explicações importantes para que o olhemos de forma mais enriquecedora.

M 

https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&opi=89978449&url=http://www.museuartecontemporanea.gov.pt/ArtistPieces/view/124/artist&ved=2ahUKEwjcpcLC25aOAxV7hP0HHX3IFWcQFnoECBoQAQ&usg=AOvVaw0YdgwxsXoX8A-mVqUmfUlV

«Uma vez mais é em Cézanne e na memória dos jogadores de cartas que esta pintura encontra a sua ascendência. A composição angulosa das figuras que se desenvolvem em volta da elipse do tampo da mesa correspondida pelo espaldar de uma cadeira, define um espaço intimista onde é reconhecível a mulher do artista, a pintora Clementina Carneiro de Moura. A perspectiva da cena é dada de um plano relativamente alto que melhor permite aprofundar o espaço obliquamente em relação ao plano da tela com uma certa tensão construtiva. A gama cromática extremamente clara, oscilando entre os rosas e os cinzas, é susceptível de relação com a pintura a fresco que o artista praticou e ensinou, todavia, nas figuras, principalmente na do rapaz, a presença da factura estabelece um interessante contraste de densidades. O xadrez do tabuleiro encontra um pálido eco no chão estabelecendo uma relação entre ambos, que torna as figuras em peças de outro jogo, a própria pintura, que ora se afirma, ora se dilui na representação naturalista. Assim, às silhuetas das cabeças executadas por linhas rectas quebradas ou à geometrização abstracta do fundo e do chão que o motivo permite numa situação limite, entre um sentido construtivo do espaço pictórico e uma situação natural adequada, responde a sombra da mesa criada por uma luz natural sobre as coxas da senhora, ou a da gola do vestido, como situações próprias do levantamento de um Naturalismo recalcado, mas estrutural, sob um Modernismo compreendido como efeito de estilo.
Pedro Lapa» 

quarta-feira, 2 de julho de 2025

À sombra da luz


Fotos de M

sábado, 28 de junho de 2025

Afectos

Foto de M

Gosto dos abraços tímidos do mar.

M

terça-feira, 10 de junho de 2025

Plantas das dunas. Impossível não reparar nelas

Fotos de M

Tirei estas duas fotografias num dia de verão passado há muitos anos numa das praias da Costa da Caparica. No link abaixo descobrirão muitas coisas interessantes ensinadas por quem sabe de plantas das dunas. Entre elas, precisamente o lírio-das-areias e o cardo-marítimo. E, coincidência das coincidências, até lá encontramos um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen e outro de Federico Garcia Lorca sobre o lírio-das-areias. E não só na Literatura, há mais referências à sua presença na Arte: «(...) Esta planta, com flores brancas tão elegantes, inspirou artistas de diferentes áreas. Alguns retrataram a sua beleza em muitas ilustrações e pinturas (…)»

https://wilder.pt/diversoes/seis-plantas-das-dunas-faceis-de-encontrar 

«“A minha esperança mora

No vento e nas sereias

É o azul fantástico da aurora

E o lírio das areias.”

Sophia de Mello Breyner Andresen, in “Dia do Mar”»

 

«E Federico García Lorca, no seu poema “Cacida da Mão Impossível”, escreve:

(…) “Seria um lírio pálido de cal,

uma pomba atada ao meu coração,

 o guarda que na noite do meu trânsito

de todo vetaria o acesso à lua.” (…)

Tradução de Óscar Mendes, Federico García Lorca, in ‘Divã do Tamarit’»

 M

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Figos e não só

Foto de M 

Entre as várias frutas de que gosto estão presentes os figos e trazem-me boas memórias. Com esta fotografia recordo a estadia de alguns dias em São Pedro do Sul mais as figueiras numa outra aldeia onde passava férias de verão. E saboreio mentalmente o doce maravilhoso que a minha Mãe fazia com figos inteiros. Ficava tão apetitoso dentro da transparência do frasco de vidro de boca larga até ser pouco a pouco comido pela gulodice da família! Felizmente a beleza e o sabor das pequenas-grandes coisas da vida não se desfazem na memória, alimentam-na.

domingo, 1 de junho de 2025

Deixei a gárgula no seu lugar de séculos e...




Fotos de M

Deixei a gárgula no seu lugar de séculos e acompanhei o funcionário do Posto de Turismo de Alvito na visita à Igreja Matriz. É uma igreja arquitetonicamente imponente e elegante, mas, para mim, de certo modo pesada pela profusão de azulejos. Prefiro ambientes mais leves, como aliás mostram algumas paredes com frescos encontrados por baixo de azulejos levantados por exigência de conservação. Foram deixados a descoberto, felizmente, são tão bonitos. Julgo que é na simplicidade que o sagrado se revela. Confesso que não aprecio as habituais capelinhas laterais trabalhadas, com os santos nos seus nichos, que encontramos nas igrejas antigas. Terão muito valor como obras de arte, sem dúvida, mas as suas presenças pesadas sem expressão humana desagradam-me. Não me identifico com elas nem com as suas supostas santidades relatadas na História. Sendo este um lugar de oração para crentes ou apenas de reflexão para outros, não me imagino a pedir-lhes auxílio, estivesse eu em que aflição julgada intransponível.  Apreciei em particular a leveza dos frescos semi-recuperados, o diálogo silencioso entre luz e sombras, os bancos de madeira escura, as pedras dos arcos, da pia de água benta, do púlpito. Gosto de púlpitos, gosto daquelas curvas que geralmente existem nas escadas em todos eles. Imagino o passo lento do celebrante até ao cimo, com o pensamento na escolha da palavra desejada responsável e de esperança, ajustada aos tempos do mundo de cada assembleia. Quem dera tivesse sido sempre assim. Ou seja.

M

https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Paroquial_de_Alvito 

sexta-feira, 30 de maio de 2025

À coca

Foto de M

À coca, assim parece estar esta criatura feia no alto da Igreja Matriz de Alvito. Aparentemente será uma gárgula empoleirada entre pedras gastas, envelhecidas, e simulacros de flores airosas nascidas de sementes pousadas por pássaros viajantes. Quase em posição fetal, talvez assustada com o risco de ser dali empurrada até ao chão pelo cansaço do Tempo. Não sei, mas uma certeza tenho: se fosse eu que estivesse à coca de algo, assim me enrolaria em mim mesma a morder os dedos das mãos até ganhar coragem para ir ao encontro da minha curiosidade. E escolheria um posto de observação mais recatado.

 

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Associando brancuras


 

Fotos de M
 
Pois é, imaginem que ao olhar para a ermida de São Sebastião me lembrei das Nevadas de que tanto gosto e que costumava comprar em Penacova. Tão longe fica o Alvito do Lorvão e no entanto... Associei a brancura e as pinturas em tons de amarelo no interior da ermida à cobertura alva e ao recheio de doce de ovos dos meus bolos favoritos. E por que não? Não me parece que tenha desprezado a importância da ermida por evocar os doces conventuais. Pelo menos três dos meus cinco sentidos foram chamados aqui: a visão, o paladar e a audição (porque sou sensível à beleza dos sons e significados das palavras Ermida e Nevadas).
M

Ermida de São Sebastião no Alvito, Alentejo


 
Fotos de M

Tão bonita e tão sozinha aquela brancura pousada na distância! Elegante, de linhas originais, tem dentro ainda alguns frescos recuperados. Gosto muito deste género de arte.  

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ermida_de_S%C3%A3o_Sebasti%C3%A3o_(Alvito)

M