Fotos de M
«Mrs
Malins desceu os degraus da porta da rua com a ajuda do filho e de Mr
Browne e, após muitas manobras, foi içada para o fiacre. Freddy
Malins trepou para a viatura a seguir e levou muito tempo a
acomodá-la no assento, ajudado pelas instruções de Mr Browne. Por
fim encontrou-se confortavelmente sentada, e Freddy Malins convidou
Mr Browne a subir. Houve uma grande confusão de conversas e depois
Mr Browne entrou no fiacre. O cocheiro ajeitou a manta sobre os
joelhos, e inclinou-se para ouvir o endereço. A confusão aumentou,
tendo o cocheiro recebido indicações diferentes de Freddy Malins e
de Mr Browne, cada um com a cabeça de fora de uma e da outra janela.
O problema era saber em que ponto do percurso deviam deixar Mr
Browne, e a tia Kate, a tia Julia e Mary Jane, da soleira da porta,
participavam na discussão com indicações cruzadas e
contraditórias, e riso em abundância. Quanto a Freddy Malins, não
conseguia falar de tanto rir. Deitava a cabeça para fora da janela a
todo o instante, pondo em grande perigo o chapéu, e punha a mãe ao
corrente da evolução da discussão. Até que por fim Mr Browne
gritou ao atónito cocheiro, sobrepondo-se à algazarra das risadas:
«Conhece
o Trinity College?
«Sim,
senhor», respondeu o cocheiro.
«Pois
bem, siga em frente até embater nos portões do Trinity College»,
disse Mr Browne, «e depois logo lhe dizemos por onde ir. Está a
perceber agora?»
«Sim,
senhor», respondeu o cocheiro.
«A
direito que nem um passarinho até ao Trinity College.»
«Entendido,
senhor», disse o homem.
Chicoteou
o cavalo e o fiacre arrancou com estrépito ao longo do cais, por
entre um coro de gargalhadas e adeuses.»
Dublinenses
(Os Mortos),
James Joyce, Relógio D'Água Editores
Nota: O texto do post abaixo é o mesmo mas na língua original.
Nota: O texto do post abaixo é o mesmo mas na língua original.
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