Foto de M
Não feches a porta, disse ela, debruçando-se sobre o parapeito da janela do primeiro andar.
A amiga tinha acabado de descer as escadas que gemiam sob o peso dos seus passos e chegara naquele momento ao pátio onde as crianças da vizinhança brincavam. Acenaram uma à outra em jeito de despedida.
Não feches a porta, recomendou de novo. Deixa-a encostada. O sol e o vento gostam de se refugiar ali quando brincam às escondidas com os meninos. Lembras-te como era divertido?
Leonor lembrava-se. Nesse tempo a porta estava pintada de verde vivo e as dobradiças não chiavam. Nem as minhas... respondeu, o sorriso gaiato a abrir caminho entre as rugas do rosto.
M
3 comentários:
M., como disse no PpP, acho este texto muito bem escrito - poético, nostálgico, bem disposto, de alguém que está bem com a vida.
Não queres continuar a estória?
Justine:
Hum! Não me parece, acho que prefiro deixá-la em aberto, para não correr o risco de a tornar sem graça. Gosto do suspense.
As crianças vão-se pela idade adiante. Ficam as amigas, cúmplices na recordação. A porta é para deixar encostada!
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