Passear ao ar livre tem sido liberdade vedada já lá vão alguns
meses excepto, entre intermitências, permitir os chamados passeios higiénicos.
Esses tenho eu cumprido para desenferrujar as pernas e arejar a mente, mas confesso
que passear com boca e nariz tapados à força reduz o prazer de os fazer e corta
a respiração que nas coisas belas da vida costumo sentir. Nas minhas curtas deambulações,
entre árvores e flores, chamou-me a atenção o Olá que encontrei pintado em
porta fechada de jardim aberto. Mudo, claro, o que se compreende perante a
falta de gente em verdadeiros passeios ao ar livre de outros dias que eram
nossos e deixaram de ser. Achei-lhe graça, é um aceno a quem passeia a sua
solidão e um incentivo para se imaginar num futuro acompanhado a saborear um
gelado à beira do lago.
M
Sem comentários:
Enviar um comentário