Não
possuo um jardim, estou limitada a pequenos vasos com plantas onde utilizo estes
utensílios miniaturais de jardinagem sempre que, à medida que vão crescendo, seja necessário
acomodá-las melhor no espaço exíguo. Passeio em jardins públicos ou nos de
amigos, com a vantagem de não ter de pensar em manutenções trabalhosas. Noutras
ocasiões, delicio-me com as belíssimas imagens de quadros de Van Gogh apresentadas
neste livro. Sinto-o a meu lado, caminhamos os dois pelos campos, ele a falar-me
das cores e das pessoas do seu mundo, eu encantada com as flores vermelhas, azuis,
tão delicados os lírios roxos, os brancos, magníficos os girassóis amarelos,
frescas as manchas verdes. Viramos as folhas uma a uma, demoramos o olhar nos
detalhes das paisagens, encontramos pessoas a conversar, outras curvadas em trabalhos
campestres, cavando solos, semeando, cuidando de árvores. Naquela outra página,
dói dentro de mim a árvore com os ramos despidos de folhas, como braços descarnados
em corpo dolorido. Regressamos ao centro de Arles, tínhamos
iniciado aqui o nosso passeio matinal, descansamos um pouco no terraço do Café,
pomo-nos de novo ao caminho, tenho fome e sede de beleza. Lindíssimo é este meu
livro por onde gosto de andar assim acompanhada, como se Van Gogh fosse um amigo
próximo, real, que me convidou a visitar os seus jardins. Terá sido o título Vincent’s
Gardens que me levou a imaginar essa familiaridade.
M
3 comentários:
Mora aqui o "outro", de Dez.2013... vê lá tu! "Vincent Trees" que me ofereceste. Dizias tu "É assim a beleza das coisas".
Em que ano fui ao próprio-pessoalmente Museu?
Ah...como se perde a memória e ficam as imagens-visões sem data!
Sim.
É uma companhia.
Os jardins dentro de ti, M., os do Vincent vistos com originalidade (como a tua fotografia)e sensibilidade.
Dá gosto ler-te, amiga
Adorei!
Tudo!
Beijinhos:))
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