Fotos de M
Era bonito aquele espaço em Santiago de Compostela onde almocei com quatro amigos, já lá vão bastantes anos. Entre sombras, luz, brilhos e petiscos, o apelo aos cinco sentidos, que deles precisamos na convivência dos momentos. Enquanto esperávamos para ser atendidos, a variedade de peixes apetecíveis na prateleira do expositor levou-me a recordar a faina de pesca numa outra ponta desta Península Ibérica tocada pelo mar imenso. Manhã cedo, passeando eu à beira-mar, assisti à chegada de dois barcos de pesca e à venda de peixe na praia. Emocionante toda aquela azáfama em redor de caixotes cheios à disposição dos interessados. Juntou-se gente: conhecidos, desconhecidos, amigos, curiosos. De fato de banho, em tronco nu, de calções, a t-shirt com o anúncio da época, a túnica diáfana da jovem mãe rente à areia, a criança a puxar- -lhe a mão, quero ir embora, gosto mais do Nemo. A bolsa do dinheiro à cintura do velhote, pega daqui, pesa ali, mete no saco de plástico verde, fala com a pessoa a seu lado, hoje tenho a família a almoçar, ainda preciso de ir à praça comprar pimentos, o adolescente apenas espreita, está de passagem a caminho do surf.
Nós, os cinco amigos, degustando o almoço de pescado, sentados à mesa de um lugar inesquecível.
M
2 comentários:
Uma bela caminhada, pelos caminhos e tons - e sons dos campos, mosteiros, florestas húmidas, ruas de aldeia... Inesquecível.
A pesca chegada à praia, os peixes de olhos arregalados entre pessoas comuns, é mesmo um espanto, assistir! A 1ª vez, anos 80, fomos na madrugada, ao antigo cais de Portimão, as caixas brilhantes voando entre mãos ritmadas. Vi isso no Meco e também foi uma sensação de espanto e solidão, dos pescadores no mar e trabalho, nas noites em que nós descansamos.
B
Uma cena descrita como se fosse cinema, como se estivesse a assistir a um filme do neo-realismo!
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