terça-feira, 27 de setembro de 2022

Um banco de jardim

 

Foto de M

Gosto deste banco em formato pensado por alguém de quem não conheço o nome e a intenção de nele colocar uma divisória entre assentos, cada qual virado para seu ponto cardeal. É bonito e um pouco diferente dos habituais bancos encontrados nos jardins. Este parece deixar em aberto uma diversidade de propostas: mostrar paisagens conforme o lado de quem nele se senta, sugerir proximidades ou afastá-las, servir de cavalinho de carrossel a meninos irrequietos… Fica a escolha para quem nele quiser sentar-se. A mim apenas me agradaria acolher-me ali sozinha ou lado a lado com familiares e amigos, jamais de costas voltadas, a não ser por brincadeira de zanga inventada por crianças. Se encontrasse parte do lugar ocupado por desconhecida alma solitária, procuraria outro poiso. Nem junto dela nem encostada ao lado oposto da trave, a que chamo terra de ninguém, ousaria eu pôr em perigo a bolha de um desconhecido. Ou a minha própria bolha. Bolhas?! Sim, cada pessoa tem a sua e só a rebenta quando e a quem permitir que lha rebente. Conhecemos lá nós o tamanho e o conteúdo das bolhas das pessoas! Nem a pergunta Dá-me licença que me sente? me garantiria um momento aprazível, ainda que breve. Claro, podem existir erros de percepção. Pois é, complexos são os assuntos que pertencem ao Universo no seu todo. Por isso, indiferentes aos relacionamentos humanos, descansam ali serenas as folhas caídas das árvores à espera que o vento do outono as leve como pássaros para outros lugares. Nada mais lhes interessará.

M

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

O almoço do corvo marinho

 

Foto de M

Estávamos longe um do outro. Eu sentada na areia seca, ele procurando no mar a refeição do dia. Foi difícil conseguir fotografá-lo. Baloiçava entre a espuma das ondas, como se elas não existissem, eu espreitava pelo visor da minha máquina fotográfica tentando não o perder de vista. De repente deixei de o ver. Certamente teria mergulhado nas águas agitadas e lá por baixo se manteve até aparecer de cabeça de fora noutro lugar onde não esperava vê-lo, no bico um peixe enorme. Notável! Felizmente o meu almoço foi mais sossegado, não deu tanto trabalho para o conseguir. Sentada na esplanada com vista sobre o mar, bastou-me esperar pelo cardápio e escolher um maravilhoso polvo à lagareiro com batatas a murro e comer civilizadamente, usando faca e garfo para o partir em bocados pequenos que coubessem na minha boca. Vantagens de não ter bico.

M

domingo, 18 de setembro de 2022

Flores de praia


 
Fotos de M

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

domingo, 4 de setembro de 2022

Enquadramentos

Foto de M

Se quem lá mora está ou não enquadrado não sei, mas confesso que gostava de saber.

M