sábado, 29 de julho de 2023

AS CORES DO ARCO-ÍRIS - VIOLETA OU LILÁS

 

«O violeta ou lilás é uma cor constituída pelos menores comprimentos de onda da luz visível, entre 455 e 390 nanômetros. Acima da frequência do violeta (comprimentos de onda menores do que 390 nm até 15 nm) a luz passa a não ser mais visível, denominando-se ultravioleta. Esta cor, assim como todas as cores derivadas de substantivos (rosa, vinho, cinza), nunca deve ser flexionada no plural (cartões violeta, tecidos violeta etc.).

Como pigmento, pode ser obtido da mistura de magenta e azul.

O violeta é uma cor fria presente em flores e organismos vegetais de maneira geral, mas seu pigmento é dificilmente extraído.

Hematomas, coágulos de sangue sob a pele, adquirem um tom violeta por alguns dias após uma pancada.

Diz-se que a luz violeta tem propriedades relaxantes. O roxo está associado à noite.»

Se eu já estava um pouco atrapalhada para encontrar entre as minhas fotografias as que pudessem ilustrar o mais fielmente possível a cor violeta e as suas tonalidades, fiquei mais animada quando encontrei o quadro e o texto acima na Wikipedia. Tenho assim mais liberdade de escolha.

 

Nesta fotografia tirada do barco onde eu seguia em passeio à beira do rio Spree em Berlim até parece que o arco-íris, ao pousar em terra nas cadeiras que o esperavam, deixou de se importar com a sequência e tonalidades das suas cores e assim se ofereceu ao descanso de gente cansada.

Tornou-se mais decidido à beira do lago Lietzenseepark e nas belas flores pousou este tom claro de violeta. Quase como Narciso à procura da sua imagem nas águas limpas.

Ah mas olhando para uma varanda ali perto, de uma outra personagem me lembrei: encontraria Elisabeth Taylor neste recanto de tonalidades violeta a cor dos seus famosos olhos cor de violeta


Tão belo este recanto no Tiergarten por quem parece ter-se apaixonado aquela tonalidade de violeta à sombra das árvores. Cidade maravilhosa esta Berlim cheia de parques e avenidas largas.

Pousam também os pássaros na criatividade dos artistas que imaginam mesas inspirados talvez nas cores do arco-íris sobre as quais poderá apetecer tomar um café.

E por que não sentar também neste banco (pintado de verde e lilás) quando se passeia  por Nikolaiviertel, um bairro antigo de Berlim?

Gosto desta fotografia com a figura da rapariga com um casaco roxo vestido. Talvez também ela, como eu, a deixar Berlim e fosse aquele o seu último dia na Ilha dos Museus. 

Valem-nos os balões que aparecem nas nossas vidas. Perdemos uns, encontramos outros que nos levam a voos sonhados. Foi isso o que me aconteceu. Voltei a Nice passados muitos anos, desta vez em 2013 e durante mais dias. Com outras pessoas vi na cidade o que não tinha visitado antes. E de novo me encantei com ela.


O prazer de olhar para cima e reparar na cúpula violeta deste prédio na parte antiga da cidade. E que coincidência os tons semelhantes na roupa estendida na varanda.



Enorme foi o prazer de caminhar no passeio largo à beira mar onde se mostram flores e soltamos o olhar no azul das águas mansas. Luminoso!

Deixei-a lá, a flor violeta a sorrir para mim, mas gosto de a rever neste meu passeio pela memória.

Não faço ideia como seria a caixa de tintas do pintor ou pintora da violeta do quadro de Nice que me sorriu. Mas em Lisboa também há cores do arco-íris nas cabeças dos meninos e elas até acham graça àquela confusão guardada dentro de caixas preciosas. Não se importam nada, até ficam expectantes a imaginar como os donos das canetas as usam e o que inventam.

Também há flores que pousam nas linhas de bordar para fazerem surpresa a meninas quando se deitam entre lençóis bordados por senhoras que conhecem bem os seus gostos.

 

Não admira que esta tonalidade de violeta seja mais descarada, quase parece rir de alegria. Claro, convém mostrar a meninos gulosos o que o copo tem dentro...


Em cima das mesas também fica janota esta diversidade de tons de violeta.


Ou em cima de uma outra mesa junto de um sofá confortável.


Lindo este pedaço de azulejos antigos que resistiram ao tempo na igreja dentro do castelo de Montemor o Velho.

Entre outras paredes e pedras antigas, do Hotel Rural de Casas Novas, não muito longe de Chaves, encontrei estas jarras com flores secas de que muito gosto. Silenciosas e recatadas. Ali postas com carinho, suponho, para quem as quer ver.

 

Mais a sul do país, também nas ruas e nos terraços dos amigos apetece espreitá-las nas suas tonalidades, ora mais alegres ora mais discretas. Tão harmoniosas todas elas.




Imponentes e ao mesmo tempo delicados estes tons entre o arvoredo em redor da Praça de Touros em Lisboa, onde apetece sentar num banco e ficar ali a pensar quão bonito pode ser um jardim apesar de estar quase sufocado pelo ruído do trânsito na cidade.

Cheguei ao fim das cores do arco-íris. Se ao longo destas 7 cores me lembrei em particular da Provence, Paris, Berlim e Nice, para além de Portugal, a razão é que esses lugares ocuparam um lugar especial dentro da minha vida e da memória que deles tenho.

M

sábado, 22 de julho de 2023

AS CORES DO ARCO-ÍRIS - ANIL ou ÍNDIGO

 

Diz um artigo que encontrei na Wikipedia « Anil ou Índigo é a cor da luz entre 450 e 480 nanómetros de comprimento de onda, localizada entre o violeta e o azul. Assim como muitas outras cores (como laranja, rosa e violeta), a origem do nome provém de um objecto natural, a planta índigo que é a fonte do corante anil, pela etimologia, do árabe annir e do persa nil (índigo). O anil não é uma cor primária, nem aditiva, nem subtrativa. Foi batizada e definida por Isaac Newton quando o físico inglês dividiu o espectro óptico (que é, como se sabe, um contínuo de frequências) e distinguiu sete cores a fim de as ligar aos planetas (então conhecidos), dias da semana, notas na oitava e outras listas com sete elementos. O olho humano é relativamente insensível à frequência do anil, tanto que muitos não conseguem distingui-lo do azul ou do violeta. Por essa e outras razões, muitos (dentre eles, Isaac Asimov) defendem que o anil não deve ser considerado uma cor propriamente dita mas sim uma variação do azul ou do violeta.» 

Independentemente das opiniões e dificuldades referidas no texto anterior,  partilho algumas das minhas fotografias onde penso existe a cor índigo. (Prefiro usar o nome da planta).

 

Parece-me que o pavão se sente vaidoso com a aparência. E bem sabemos nós que alguns humanos lhe roubam o nome e o aplicam (e bem...) a outros seus companheiros com quem se cruzam, voluntaria ou involuntariamente. 

Vale-nos a simplicidade que também existe em circunstâncias e lugares diversos, como este painel de azulejos de que gosto muito, naquele ambiente vivo e arejado que compõe a Expo. 


Ou este outro pequeno quadro pintado por mão de criança em ambiente campestre e que eu resolvi imprimir do avesso por achar que ficava bonito com aquela pincelada de índigo. Porquê não fazer como os meninos e experimentar?


 
Outros meninos se encantam com as cores e as figuras esvoaçantes de um ramo de balões.

 
Cá está o índigo como cenário onde ressalta esta figura feminina num postal de Michel Rauscher que uma amiga me ofereceu e onde escreveu no verso parte de um poema de Ana Luísa Amaral.

«As nuvens não se rasgaram

nem o sol: só a porta

do meu quarto

 

A abrir-se noutras

portas dando para outros

quartos e um corredor ao fundo»

(...)


Tão belas são as cores de Luís Artur que escorrem diante do nosso olhar, não sei se em desassossego se em paz umas com as outras. 


 
Impressionantemente humana é esta enorme figura de Cristo na Cruz no Altar Mor da igreja octogonal em vidro azul junto de uma nova torre sineira ao lado da antiga Kaiser-Wilhelm-Gedächtnis-Kirche, também chamada Igreja da Memória, em Berlim, destruída pelos bombardeamentos em 1943. Depois da guerra, as ruínas da antiga igreja foram removidas, tendo ficado apenas a torre da fachada em cuja base existe o Salão Memorial que documenta a história da igreja e contém relevos de mármore e mosaicos originais.
 
 
 
Lindos estes mosaicos originais que sobreviveram à guerra. Cruel é a guerra. Que desperdício é o desentendimento de que os homens são capazes. Valem-nos as obras de arte para atenuar um pouco o que sentimos pelas perdas.
 

Tão bela a transparência do véu.



M