«O violeta ou lilás é uma cor constituída pelos menores comprimentos de onda da luz visível, entre 455 e 390 nanômetros. Acima da frequência do violeta (comprimentos de onda menores do que 390 nm até 15 nm) a luz passa a não ser mais visível, denominando-se ultravioleta. Esta cor, assim como todas as cores derivadas de substantivos (rosa, vinho, cinza), nunca deve ser flexionada no plural (cartões violeta, tecidos violeta etc.).
Como pigmento, pode ser obtido da mistura de magenta e azul.
O violeta é uma cor fria presente em flores e organismos vegetais de maneira geral, mas seu pigmento é dificilmente extraído.
Hematomas, coágulos de sangue sob a pele, adquirem um tom violeta por alguns dias após uma pancada.
Diz-se que a luz violeta tem propriedades relaxantes. O roxo está associado à noite.»
Se eu já estava um pouco atrapalhada para encontrar entre as minhas fotografias as que pudessem ilustrar o mais fielmente possível a cor violeta e as suas tonalidades, fiquei mais animada quando encontrei o quadro e o texto acima na Wikipedia. Tenho assim mais liberdade de escolha.
Nesta fotografia tirada do barco onde eu seguia em passeio à beira do rio Spree em Berlim até parece que o arco-íris, ao pousar em terra nas cadeiras que o esperavam, deixou de se importar com a sequência e tonalidades das suas cores e assim se ofereceu ao descanso de gente cansada.
Tornou-se mais decidido à beira do lago Lietzenseepark e nas belas flores pousou este tom claro de violeta. Quase como Narciso à procura da sua imagem nas águas limpas.
Pousam também os pássaros na criatividade dos artistas que imaginam mesas inspirados talvez nas cores do arco-íris sobre as quais poderá apetecer tomar um café.
E por que não sentar também neste banco (pintado de verde e lilás) quando se passeia por Nikolaiviertel, um bairro antigo de Berlim?
Gosto desta fotografia com a figura da rapariga com um casaco roxo vestido. Talvez também ela, como eu, a deixar Berlim e fosse aquele o seu último dia na Ilha dos Museus.
Valem-nos os balões que aparecem nas nossas vidas. Perdemos uns, encontramos outros que nos levam a voos sonhados. Foi isso o que me aconteceu. Voltei a Nice passados muitos anos, desta vez em 2013 e durante mais dias. Com outras pessoas vi na cidade o que não tinha visitado antes. E de novo me encantei com ela.
Deixei-a lá, a flor violeta a sorrir para mim, mas gosto de a rever neste meu passeio pela memória.
Não faço ideia como seria a caixa de tintas do pintor ou pintora da violeta do quadro de Nice que me sorriu. Mas em Lisboa também há cores do arco-íris nas cabeças dos meninos e elas até acham graça àquela confusão guardada dentro de caixas preciosas. Não se importam nada, até ficam expectantes a imaginar como os donos das canetas as usam e o que inventam.
Também há flores que pousam nas linhas de bordar para fazerem surpresa a meninas quando se deitam entre lençóis bordados por senhoras que conhecem bem os seus gostos.
Não admira que esta tonalidade de violeta seja mais descarada, quase parece rir de alegria. Claro, convém mostrar a meninos gulosos o que o copo tem dentro...
Entre outras paredes e pedras antigas, do Hotel Rural de Casas Novas, não muito longe de Chaves, encontrei estas jarras com flores secas de que muito gosto. Silenciosas e recatadas. Ali postas com carinho, suponho, para quem as quer ver.
Mais a sul do país, também nas ruas e nos terraços dos amigos apetece espreitá-las nas suas tonalidades, ora mais alegres ora mais discretas. Tão harmoniosas todas elas.
Cheguei ao fim das cores do arco-íris. Se ao longo destas 7 cores me lembrei em particular da Provence, Paris, Berlim e Nice, para além de Portugal, a razão é que esses lugares ocuparam um lugar especial dentro da minha vida e da memória que deles tenho.
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