sábado, 22 de julho de 2023

AS CORES DO ARCO-ÍRIS - ANIL ou ÍNDIGO

 

Diz um artigo que encontrei na Wikipedia « Anil ou Índigo é a cor da luz entre 450 e 480 nanómetros de comprimento de onda, localizada entre o violeta e o azul. Assim como muitas outras cores (como laranja, rosa e violeta), a origem do nome provém de um objecto natural, a planta índigo que é a fonte do corante anil, pela etimologia, do árabe annir e do persa nil (índigo). O anil não é uma cor primária, nem aditiva, nem subtrativa. Foi batizada e definida por Isaac Newton quando o físico inglês dividiu o espectro óptico (que é, como se sabe, um contínuo de frequências) e distinguiu sete cores a fim de as ligar aos planetas (então conhecidos), dias da semana, notas na oitava e outras listas com sete elementos. O olho humano é relativamente insensível à frequência do anil, tanto que muitos não conseguem distingui-lo do azul ou do violeta. Por essa e outras razões, muitos (dentre eles, Isaac Asimov) defendem que o anil não deve ser considerado uma cor propriamente dita mas sim uma variação do azul ou do violeta.» 

Independentemente das opiniões e dificuldades referidas no texto anterior,  partilho algumas das minhas fotografias onde penso existe a cor índigo. (Prefiro usar o nome da planta).

 

Parece-me que o pavão se sente vaidoso com a aparência. E bem sabemos nós que alguns humanos lhe roubam o nome e o aplicam (e bem...) a outros seus companheiros com quem se cruzam, voluntaria ou involuntariamente. 

Vale-nos a simplicidade que também existe em circunstâncias e lugares diversos, como este painel de azulejos de que gosto muito, naquele ambiente vivo e arejado que compõe a Expo. 


Ou este outro pequeno quadro pintado por mão de criança em ambiente campestre e que eu resolvi imprimir do avesso por achar que ficava bonito com aquela pincelada de índigo. Porquê não fazer como os meninos e experimentar?


 
Outros meninos se encantam com as cores e as figuras esvoaçantes de um ramo de balões.

 
Cá está o índigo como cenário onde ressalta esta figura feminina num postal de Michel Rauscher que uma amiga me ofereceu e onde escreveu no verso parte de um poema de Ana Luísa Amaral.

«As nuvens não se rasgaram

nem o sol: só a porta

do meu quarto

 

A abrir-se noutras

portas dando para outros

quartos e um corredor ao fundo»

(...)


Tão belas são as cores de Luís Artur que escorrem diante do nosso olhar, não sei se em desassossego se em paz umas com as outras. 


 
Impressionantemente humana é esta enorme figura de Cristo na Cruz no Altar Mor da igreja octogonal em vidro azul junto de uma nova torre sineira ao lado da antiga Kaiser-Wilhelm-Gedächtnis-Kirche, também chamada Igreja da Memória, em Berlim, destruída pelos bombardeamentos em 1943. Depois da guerra, as ruínas da antiga igreja foram removidas, tendo ficado apenas a torre da fachada em cuja base existe o Salão Memorial que documenta a história da igreja e contém relevos de mármore e mosaicos originais.
 
 
 
Lindos estes mosaicos originais que sobreviveram à guerra. Cruel é a guerra. Que desperdício é o desentendimento de que os homens são capazes. Valem-nos as obras de arte para atenuar um pouco o que sentimos pelas perdas.
 

Tão bela a transparência do véu.



M

4 comentários:

Mónica disse...

que belezas, o véu transparente é mesmo bonito.
(tenho a impressão que no primeiro paragrafo há uma repetição de parte do texto, será?)

M. disse...

Sim, Mónica, o primeiro parágrafo estava repetido. Obrigada. Ainda bem que reparaste.

Anónimo disse...

Tão bom ler e ir vendo, tantos lugares e ocasiões, o quadro do menino, as cores fugidias de Luís Artur, o postal anoitecendo nos olhos que não vemos, Berlim e a suas lembranças, os mosaicos sobreviventes às guerras do horror...
E que direi eu? Visitas guiadas, um gosto.
***
Li algo não sei onde: Rembrandt fabricava as suas próprias tintas, a partir de elementos orgânicos. Há um museu onde isto é mostrado. E como para fazer o azul o pigmento??? vinha do Oriente, era caro e pouco acessível de obter, era uma cor que ele evitava usar nos seus quadros. E pus-me a reparar nos quadros.
B

Justine disse...

Uma sequência de textos bem escritos e com informações muito interessantes, sequência essa acompanhada por belas fotografias bem escolhidas e condizentes.
Um post rico, bem organizado, bem trabalhado.
Parabéns, M.