sexta-feira, 3 de maio de 2024

Sou fã de Arturo Pérez-Reverte

 

Fotos de M

Não me pareceu descabido servir-me dos excertos abaixo para responder ao tema de hoje no desafio do Palavra Puxa Palavra. Retirei-os de uma entrevista a Arturo Pérez-Reverte em outubro de 2002 sobre o seu livro O Cemitério dos Barcos sem Nome. Nos vários livros que li dele, sempre notei a relevância das características e desempenho das suas personagens femininas. Singulares e de certo modo misteriosas, são lutadoras e ultrapassam obstáculos aparentemente inultrapassáveis. Agora, conhecendo directamente através das palavras do escritor o que pensa sobre as mulheres, percebo a razão do que costumo sentir ao lê-lo.

«A mulher, por tantos séculos de olhar em silêncio, vê mais do que o homem vê. Ela não se pode enganar como o homem frente à dor e ao horror, é incomparavelmente mais consciente. Isso faz com que seja uma espécie de soldado perdido em território inimigo.»

«A aventura fundamental deste livro tem a ver com o facto de a mulher ser o único grande enigma que o homem não conseguiu resolver. Ele foi à Lua, ao fundo do mar, conhece os segredos da genética, mas o silêncio da mulher, a linguagem que existe por trás desse silêncio, esse desprezo tão intenso, essa coragem quando luta por algo que lhe importa, essa crueldade (pois a mulher sabe que se for vencida não tem segunda oportunidade), está por resolver. Esta é a aventura de Coy.»

M

1 comentário:

Anónimo disse...

«A mulher, por tantos séculos de olhar em silêncio, vê mais do que o homem vê"
Permito-me retirar do texto o que penso ser a maior verdade. E é esse enigma que o homem nunca conseguirá resolver.
B