Fotos de M (o melhor que consegui)
«Desde a igreja de Santa Bárbara, onde o barão levara Margarida a ver os célebres azulejos, a estrada trocava os muros e a corda de casas acesas do lume da ceia por uma lomba inóspita e interminável, bordada ainda de terras de semeadura, mas já espaldada pelo baldio vulcânico da ilha, a que a lua dava um brilho singular de crateras mortas e cobertas de um verde adolescente. Era o logradoiro do gado de quem é pobre – «a Serra», a assentada dos ventos convocados para o grupo central dos Açores e encarregados da ronda de todo o arquipélago, desde os calcários de Santa Maria à estátua de Chactas no Corvo e aos sargaços do Gulf Stream.»
Mau Tempo no Canal, Vitorino Nemésio, Publicações Dom Quixote
Igreja de Santa Bárbara, Manadas, Ilha de São Jorge, Açores
3 comentários:
A este ritmo, ó M.... acho que não aguento comentar e ler e tresler todas as informações apensas
e os apelos à vasta cultura destas ilhas
e à beleza destes cantos
Esculturas, pedra e palavra, no tempo tão curto
que nos é dado.
Bjs da bettips
E eu que não fui a São Jorge. Vou agora aqui, contigo.
Quase me sinto encabulada por ter estado tanto tempo sem vir aqui. Sem vir, mesmo. Não sei a razão, mas esqueço-me que também estás aqui e como preenches os meus pensamentos pelo PPP, ali, semanalmente, eu sempre com medo de não cumprir... ai!
Também não ando por outros lados, diga-se, tenho alturas em que o tempo dá para tudo, outras em que não dá para nada. Mas agradeço-te a partilha. Nunca fui aos Açores, é um desejo a concretizar, se houver vida.
Ainda por cima reaprendo contigo coisas esquecidas, recordo as falas de Nemésio, tanto que eu gostava de ouvir a sua fala enrolada e fácil. Mesmo quando o leio, ouço-o falar.
Um abraço de bom repouso neste dia de carnaval soalhento.
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