Foto de M
Ao olhar para cima vi-os. Estavam à beira da estrada florestal, empoleirados entre a terra e o céu, desmembrados os corpos, negro o silêncio de gritos sem nome esvaindo-se dentro das bocas escancaradas. Medonha, desajustada e desumana esta presença pesada de materiais amassados devorando a pureza de uma mata belíssima onde espreitam coelhos e lebres entre as fragrâncias do arvoredo e o canto dos pássaros pousa leve sobre as giestas em flor.
M
8 comentários:
que as flores (te) amaciem a paisagem. sempre...
beijo
A tua foto sublinha muito bem o que transmites no texto: é quase ameaçadora!
Invasores de um contexto ao qual não pertencem, mas que ainda assim lhes resiste.
Nascemos para consumir, nascemos consumistas. E a desperdiçar.
Por isso a terra o arvoredo o canto as giestas ah, como nos são importantes.
Beijinho M
Bettips
E o medonho multiplica-se, vezes infindas, cravadas na paisagem, um pouco por todo o lado, devorando o verde e calando os pássaros.
abraço.
nem parece teu ;)
É, outra vez, o computador?...
abraço!
Reflicto sobre o Tempo, o que vivemos na estrada imensa - nos parece - e o que nos resta percorrer; um à brisa da vida, outro ao vento da morte. Animais na paisagem do universo, só falar/pensar nos defende e diferencia do húmus.
Bjinho da bettips
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