Foto de M
Eu estava de passagem e assisti, por mero acaso, àquela cena de teatro ao ar livre e às orientações dadas pelo fotógrafo encenador aos atores principais. Estranha ideia a sua de os mandar pôr os braços atrás das costas e as mãos enfiadas nos bolsos, gestos que me pareceram inestéticos e soltos num momento que supostamente se desejaria fixado para a posteridade como de partilha de emoções perante a beleza. Ouvi-o e vi-o estender o véu da noiva sobre as pedras, observei a sua azáfama a compor o cenário dentro daquele outro cenário bem mais interessante que é a velha Gordes equilibrada entre a terra e o céu. Continuei o meu caminho, eles ficaram. Não sei por quanto tempo. Só espero que, no seu zelo coreográfico, o fotógrafo não os tenha forçado a fecharem os olhos. Na beirinha havia um precipício...
M
3 comentários:
Sorri ao ler o teu texto, M.! Pensando bem, eles estavam, naquele cenário, a iniciar uma caminhada de olhos fechados para o que poderia ser no futuro ou um precipício ou um vale cheio de frutos e mel...
Justine:
Captaste muito bem a minha ideia para lá da cenografia imposta. :-))
se têm que cair, mais vale cedo que tarde...
beijo
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