Ao passar por ela, junto ao muro que separa o jardim do aglomerado de casas no exterior, associei aquele enquadramento de luz e sombras aos teatros de sombras. Sendo uma arte antiga tradicional em países asiáticos e existindo uma lenda chinesa sobre a origem do teatro de sombras, achei que o meu pensamento se aplicava às características e história do Jardim Botânico Tropical.
O passado e o presente em convivência. Do outro lado do muro, a chaminé moderna a trazer-me ao pensamento a proximidade da Fábrica dos Pastéis de Belém, o amarelo da casa à espreita atrás das árvores enormes a lembrar-me o delicioso creme salpicado de canela e açúcar dos célebres pastéis aconchegados em massa estaladiça.
E também do outro lado do muro, quase escondido no emaranhado de casas e ruelas, o Padrão do Beco do Chão Salgado, memória de uma data de violência e ódio relacionada com o Processo dos Távoras.
Hei-de voltar um destes dias ao Jardim Botânico Tropical. Mas tenciono ir primeiro buscar um ou dois pastéis de Belém ainda mornos e saboreá-los sentada num dos bancos com a velha marca ALBA. Tenho esperança que nesse dia já não existam empregados com viseiras na cara à porta da pastelaria a indicar as entradas e saídas em função do bem comum.
M
Fotos de M
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_de_sombras
https://pasteisdebelem.pt/history/
https://toponimialisboa.wordpress.com/2017/07/17/o-beco-do-chao-salgado-dos-tavora/
2 comentários:
Os teus textos e as tuas fotografias aumentaram muito a minha vontade de ir visitar o jardim - e essa de levar lanche até é muito bem pensado!!
parece uma mulher de braço esticado para cima, na primeira fotografia
não me parece nada mal esta moda das mascaras em certas situações, por exemplo a servir/manusear a comida nos restaurantes, a sério, parece-me uma boa medida de higiene
boa ideia o pastel de nata é pena desaparecer em duas dentadas
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