Desconformidade e Incómodo, duas palavras presentes na minha cabeça desde aquele dia de agosto em que visitei o jardim. De início um pouco baças, hesitantes, sem eu saber exactamente se eram as palavras que melhor se adequavam ao que sentia, foram-se tornando mais claras à medida que voltei lá através da Internet.
O meu olhar fixou-se nas árvores e plantas magníficas e únicas trazidas de outros continentes, e quase ignorei algumas obras ainda em curso. Apesar de, antes da reabertura do jardim ao público no início de 2020, tivessem sido feitas intervenções nas infraestruturas básicas como os caminhos, o lago, as condutas de águas, da rega, da energia e alguns edifícios, encontrei ainda outros a necessitar de melhores dias. Pelo que li, farão parte de uma segunda fase de reabilitações.
Longa é a história do jardim,
desde a sua criação como «(…) Jardim Colonial a 25 de Janeiro de 1906 pelo rei
D. Carlos I, sob tutela do antigo Instituto Superior de Agronomia,
localizando-se nas Estufas do Conde de Farrobo (actualmente o Jardim Zoológico
de Lisboa). Funcionaria posteriormente como centro de investigação do Instituto
das Ciências Tropicais.» Mais tarde, em 1912, foi instalado no espaço actual,
passando a funcionar no Palácio dos Condes da Calheta o Museu Agrícola e Colonial
e a implantação do jardim nos terrenos em Belém dirigida por Henry Navel, jardineiro
paisagista francês. «Durante a Exposição do Mundo
Português, em 1940, o jardim albergou a Secção Colonial, tendo na "Ilha
das Fruteiras", localizada no centro do lago, chegado a habitar membros de
uma tribo do Arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau, à semelhança do que
aconteceu noutros "Zoos Humanos" da época. De entre as alterações que
se realizaram temporariamente para a Exposição conta-se ainda a construção de
pequenos pavilhões que pretendiam representar a totalidade das colónias portuguesas.
"Angola e Moçambique" estavam representadas juntas num só pavilhão
desenhado por António Lino (construído em torno do Palácio dos Condes da
Calheta), a "Guiné" num pavilhão desenhado por Gonçalo de Mello
Breyner, as "Possessões Insulares" (Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e
Timor) eram representadas por um pavilhão da autoria de Vasco Regaleira, por
fim a "Índia" encontrava-se instalada numa típica casa colonial, como
(erradamente) se esperava que todas fossem nas colónias portuguesas. Foi também
temporariamente erguida uma igreja da autoria de Raul Xavier. (...)»
M
Fotos de M
1 comentário:
experiências com plantas, animais e pessoas, pode ser divertido cientificamente, mas assustador
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