Gosto de me sentar no murete
da praia e ali permanecer em sossego, atenta ao vaivém de ondas e
espuma a desafiar crianças e gente crescida. Aquele lugar é estratégico e permite
que me interesse também pelo que no passadiço atrás de mim acontece.
Basta-me encolher um pouco as pernas, rodá-las sobre o murete de madeira e depressa fico virada para o lado oposto ao areal. Aqui, a paisagem, composta de escadarias e muros brancos, rampas estreitas em pedra escura, cactos, relva, arbustos, flores simples, serve de cenário à diversidade de pessoas que se cruzam entre coreografias de vida. Param, cumprimentam-se algumas que se conhecem, seguem outras em passo apressado, sei lá eu para onde. Lembram-me uma exposição de Julian Opie que muito apreciei no Centro Cultural de Belém em 2020.
Fotos de M
2 comentários:
Que filme!
No caminhar, aqui se percebe das companhias. Mãos dadas, um cão, dificuldades de andar, solidão ou indiferença...Um pouco de nada, muito interessante, esse rodar de pernas, deles e tuas.
B
Aproveitaste bem esse lugar estratégico, M., as observações e a descrição que delas fazes são interessantes e esclarecedoras!
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