quarta-feira, 15 de junho de 2022

À beira-mar

Gosto de me sentar no murete da praia e ali permanecer em sossego, atenta ao vaivém de ondas e espuma a desafiar crianças e gente crescida. Aquele lugar é estratégico e permite que me interesse também pelo que no passadiço atrás de mim acontece. 
 

Basta-me encolher um pouco as pernas, rodá-las sobre o murete de madeira e depressa fico virada para o lado oposto ao areal. Aqui, a paisagem, composta de escadarias e muros brancos, rampas estreitas em pedra escura, cactos, relva, arbustos, flores simples, serve de cenário à diversidade de pessoas que se cruzam entre coreografias de vida. Param, cumprimentam-se algumas que se conhecem, seguem outras em passo apressado, sei lá eu para onde. Lembram-me uma exposição de Julian Opie que muito apreciei no Centro Cultural de Belém em 2020.





Fotos de M

2 comentários:

bettips disse...

Que filme!
No caminhar, aqui se percebe das companhias. Mãos dadas, um cão, dificuldades de andar, solidão ou indiferença...Um pouco de nada, muito interessante, esse rodar de pernas, deles e tuas.
B

Justine disse...

Aproveitaste bem esse lugar estratégico, M., as observações e a descrição que delas fazes são interessantes e esclarecedoras!