O arco-íris, aquela fita colorida que apetece roubar ao céu e prender com ela os nossos cabelos. Ou... ou... esperar que ela nos ofereça bocadinhos de si. Começo pelo vermelho.
Quase a parecer todo o arco-íris lançado à terra, mais perto do nosso olhar.
Quem me dera sentar-me ali de novo. Apenas a olhar e a pensar.
Quase a lembrar uma saia ao vento.
Ou, no topo do Reichstag, nada a impedir-nos de alargar o nosso olhar e deixar que ele pouse também no vermelho do autocarro e, quem sabe, descobrir alguém vestido de vermelho. A lembrar o livro "Onde está Wally?".
Que importa se alguém irreal descansa num banco à porta de uma loja em Nikolaiviertel ou onde nos sentamos em Alexanderplatz a comer uma apetitosa fatia de bolo ou o nome de quem anda de bicicleta na Glienicker Bruecke ou de barco em Tiergarten se o vermelho nos acompanha?
Quem diria que um pedacinho de vermelho pousaria tão discretamente nos cabelos da senhora. Talvez que nem ela, no seu passeio de barco no rio Spree, se tivesse apercebido.
Tão impressionante é este Memorial do Holocausto em Berlim. Terrível é a memória, tão estreita por vezes na História dos homens.
Valem-nos os campos abertos do Alentejo e as promessas diferentes ao romper dos dias.
Os vermelhos frente ao mar. Despidos de gente.
Ou lá no alto junto ao céu, acompanhando o nosso olhar faminto de beleza.
E muitos mais vermelhos existem por aí, pousados nos lugares por onde passamos.
M
3 comentários:
Uma viagem memorável, um prazer de ver e ler. Dos vermelhos mais escondidos, às memórias antigas e recentes, quase poesia.
B
Inesquecível, este passeio vermelho por Berlim, com pequena passagem pelo nosso cantinho, onde os vermelhos também estão bem representados...
as botas de sola vermelha serão louboutin? :))) olha o encarnado fica muito bem, nestas fotografias nota-se mais o contraste da cor que queres realçar, mui bonito!
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