Foto de M
A madeixa do Outono e a natureza das coisas.
Breve o cântico verde das árvores, efémero o sussurro dourado do sol que lhe toma o lugar entrelaçando ilusórios fios de filigrana nos corpos cansados dos pássaros. Entorpecido o voo, encarquilhadas as asas, espreita-os o vento e deles se compadece. É suave o sopro do vento. Venham comigo. E eles vão. Descem devagar, cada um agarrado ao dorso de uma folha seca a dançar no ar o movimento do tempo nos seus permanentes avanços e retornos. Quando tocam o chão, apenas os meninos de passos leves os vêem e os levam para casa dentro das suas mãos pequeninas.
M
5 comentários:
A poesia suave,doce, onírica, entrelaçando o teu texto e a tua fotografia. Muito belo, M.
Ah... que bem se reflecte
no Outono
e no rir-ser-criança
que vemos-ave.
Poético sem rima, prosa de poesia e fotografia-poema. Será que se entende?
Bj da bettips
Ver para além do que é visível. Sentir o lugar e a "natureza das coisas", como num sonho. Só os meninos vêem os pássaros e os acarinham no seu tempo de inocência.
Fico leve depois de ler este texto. Obrigada, M.
belissima "madeixa de Outono".
(como te "invejo" a imagem poética!)
sublime a tua escrita. em sua delicada e harmoniosa textura...
beijos
belíssimo texto, emoldurado por um ramalhete que me lembra a florada do ipê-amarelo...
parabéns!
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