sábado, 13 de março de 2021

PONTES

O espanto pode ser um estado permanente que acompanha a vida de algumas pessoas, felizes, diria eu, por terem essa companhia que não as deixará morrer de tédio. Penso que Pablo Picasso terá sido uma dessas pessoas e Paris terá contribuído para isso. Sei que visitou a cidade uma primeira vez e logo se apaixonou por ela. Conhecida como centro efervescente de artistas, pintores, escultores, escritores, músicos, pensadores de todo o mundo, sentiu nela a oportunidade de tomar contacto com novos horizontes. 

Do que julgo saber sobre a vida e obra deste homem talentoso, encontro nesta fotografia tirada em 2015, na minha última ida a Paris, um conjunto de aspectos que a ele e às diferentes fases da sua obra associo. As formas, os traços, os arcos, os ângulos, os planos num misto de distanciamento, proximidade e sobreposição, os tons, as pessoas, o movimento adivinhado, fazem-me pensar nalguns quadros que conheço de Picasso. Os lugares por onde passava, as pessoas com quem se ia cruzando, os artistas, as técnicas e modos diferentes de interpretar o mundo, os museus que visitou, tudo o levou a renovar continuamente o seu olhar sobre a realidade e a exprimi-lo de forma inovadora nas obras que nos deixou.

Foto de M

2 comentários:

Justine disse...

"Agarrámos" no Picasso pela mesma cidade, M.
Ainda voltaremos a Paris??

bettips disse...

Tudo o que dizes e sentes com os olhos, nesta fotografia de tons sobre tons, muito bela. E cruzamentos.
Assim seria Pablo Picasso, a sua abrangência e apetência de viagens e experiências, um labirinto imenso. Lembrando que passou muitos anos e vivências do século passado. E com amigos, artistas de tão variados saberes.