Pousou o arco-íris sobre a mesa. Um pouco desorganizado na habitual sequência de cores que mostra lá nos céus. Não admira, havia pressa em festejar!
Empoleirou-se o pato sobre o sofá, o bico e as patas ainda com restos de laranja da festa de anos anterior, mas não faz mal, o seu corpo é maioritariamente amarelo, cor de quem hoje se fala aqui em particular.
Falar de amarelo traz-me logo ao pensamento Van Gogh e o gosto de recordá-lo, lá e cá.
Impossível esquecer este campo magnífico de girassóis que fotografei numa estrada de Valensole, numa viagem que fiz à Province em 2013. Ou os outros que encontrei nos quadros de Van Gogh nesta exposição em Lisboa.
Acabou a exposição mas felizmente existem algumas peças de Rafael Bordallo Pinheiro no jardim do Museu da Cidade. E é um prazer vê-las ali ao ar livre.
Com abelhas sequiosas e atarefadas, à volta de flores amarelas, e com a vantagem de lhes podermos fazer uma festa sem que nos piquem por lhes perturbarmos o trabalho.
Que diriam as abelhas de Lisboa se tivessem sede e encontrassem esta água a correr à moda antiga para dentro de uma bacia amarela na casa de banho da Taberna Gato Preto na zona de Monsaraz, onde almocei com amigos? Reparem na torneirinha na parede. Deliciosa.
Mas por outros lugares e paisagens voam outras abelhas e borboletas, pousando onde mais lhes agradar.
Flores e limões reais. Sabemos que Bordallo Pinheiro, assim como outros artistas, se inspiraram, e inspiram, na Natureza. Existe lá muito por onde escolher.
Dentro do mercado de Setúbal há imensos painéis de azulejos que revelam as várias cores do nosso mundo. É um prazer passear entre eles e os produtos à venda expostos nas bancadas pelos vendedores.
Vão os séculos mudando, cada um ao seu ritmo, mas os tons do amarelo acompanham-nos. Como num baloiço, para lá, para cá, para lá, para cá...
... em busca de mais cores para lá do amarelo.
4 comentários:
De bocados soltos e lembranças nos fazemos. Gostei da originalidade de todos "os amarelos" mas apreciei muito as palavras das crianças no cartaz de praia: tão simples elas são.
Lembrei-me de D. Dinis, o que nos ensinaram dele.
B
Um painel infindável de amarelos, com os adequados e bem escritos textos correspondentes!
Uma festa da tua imaginação e criatividade, M. Muito bom!
muito divertido, que belo passeio, as coisinhas amarelas que tu descobres
(também gosto muito do amarelo, adoro, embora não gostasse de ter uma parede pintada de amarelo no meu quarto)
os barquinhos de pêssego são amorosos
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